A ASCEMA Nacional e a ASSEMMA receberam com grande surpresa o anúncio de reestruturação ”com objetivo de trazer verbas para preservar parques e também a Amazônia”, afirmação que não se sustenta porque o Brasil possui um órgão gestor federal para cuidar das 334 Unidades de Conservação: o ICMBio com servidores, capacitados e com experiência na área.
Uma secretaria de áreas protegidas, que extrai áreas protegidas da secretaria de biodiversidade anterior e soma com um departamento de concessões de turismo – competência do ICMBio, não agrega. A criação de uma Secretaria da Amazônia não garante melhora na gestão desse bioma e também deixa dúvidas quanto as políticas públicas necessárias para todos os demais biomas e outras importantes agendas em um futuro de incertezas.
O argumento sobre falta de recurso se contradiz com a interrupção da implementação do Fundo Clima, de mais de 2 bilhões do Fundo Amazônia, e de projetos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) que já poderiam estar direcionando mais de 50 milhões de dólares às áreas protegidas. As melhorias na gestão do patrimônio ambiental do Brasil passam necessariamente pela recomposição dos quadros de servidores através de concurso público, valorização dos profissionais da área, fim das perseguições, do assédio institucional e das tentativas de amordaçar os colegas, bem como a nomeação de gestores honestos, competentes e comprometidos com o desenvolvimento sustentável do país.
Confira a matéria exibida ontem (12), no Jornal Nacional –https://globoplay.globo.com/v/8772720/
